Verônica (nome fictício) pretende ter mais dois filhos e sonha largar a prostituição: vida difícil |
Verônica (nome fictício), de 24 anos, então, aborda o fotógrafo: "Vocês não estão querendo tirar a gente daqui, não, né?". Ele responde: "Não. Somos do jornal, queremos alguma entrevistada para o Dia das Mães. Você pode falar?". Aliviada, ela aceita.
A moça está de short curto, blusa vermelha e maquiagem. Tem marido e dois filhos, e leva uma vida dupla. Ninguém sabe que ela se prostitui nas segundas e sextas, durante as manhãs e tardes. Para seus conhecidos, é apenas rejuntadora de azulejos.
Ela conta que cobra R$40 por programa e que consegue juntar em torno de R$1mil por mês. "Moro de aluguel, tenho que pagar as contas. Meu marido ganha R$180 por semana, não dá." Em dois anos que a mulher se prostitui, ele nunca desconfiou de nada. "Eu não chego com dinheiro em casa. Coloco no banco, não dou mancada", diz Verônica.
Ser descoberta é seu grande medo. A jovem fica o tempo todo preocupada enquanto é fotografada para a reportagem, mesmo com o acordo de que as fotos não revelariam sua identidade. A cor chamativa das madeixas a deixa apreensiva. "Meu cabelo não pode aparecer", ressalva.
Verônica afirma que é principalmente por seu pai doente - ele sofreu um derrame - e por seus filhos que está na área. Ela é mãe de uma menina e um menino, de 7 e 10 anos, respectivamente. Sempre os deixa com a vizinha enquanto está na Oscar Frota. "Não quero que falte nada pra eles", diz.
Segunda a moça, as crianças são muito carinhosas e atenciosas com ela. Para o Dia das Mães, revela que espera receber da família uma sanduicheira. "Mas o que eu queria mesmo era uma casa", suspira. "Ainda pretendo ter mais dois filhos. Deus vai abrir as portas para eu ter oportunidade de sair desse lugar, isso aqui não é pra qualquer um."
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