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sexta-feira, 9 de março de 2012

Fla sua para vencer Emelec em jogo com vaias a Ronaldinho

 SÃO PAULO - Foi no sufoco, mas o Flamengo virou líder do Grupo 2 da Libertadores ao superar o Emelec por 1 a 0, na noite desta quinta-feira, no Engenhão. Com um gol de Vagner Love no início do segundo tempo, a equipe deixou os seis desfalques para trás e somou três pontos. Mas Ronaldinho Gaúcho não escapou das vaias, apesar de uma atuação razoável. O torcedor, que compareceu em grande número (31.859 presentes) não gostou nada do desempenho irregular do time, que teve um jogador a mais em campo por 45 minutos e viu o rival ser perigoso.
Com o resultado, o Rubro-Negro chega a quatro pontos e assume a ponta de sua chave, deixando Olímpia-PAR - que bateu o Lanús-ARG - e o próprio Emelec para trás, com três. Na próxima rodada, o clube carioca recebe o vice-líder, enquanto os equatorianos medem forças com o lanterna Lanús, fora de casa.
Sem a maioria de suas peças titulares no meio de campo, o Flamengo tentou se impor, mas teve dificuldades desde o início diante da postura do Emelec, que se armou para sair nos contra-ataques, especialmente nas costas de Léo Moura. Como o esquema com três zagueiros foi improvisado para suprir as ausências, o time carioca demorou a se acertar na compactação entre os setores. Os espaços facilitavam a chegada de Valencia, Mondaini e Figueroa.
O cartão de visitas dos equatorianos foi entregue logo aos três minutos. Lançado no mano a mano com Welinton, Figueroa chutou para a defesa com o pé do goleiro Paulo Victor. No rebote, de Marlon de Jesús desperdiçou. Além do susto, o então líder do Grupo 2 não inventava no toque de bola. De pé em pé, se aproximou até de dividir a posse de bola com o Rubro-Negro.
Mais na base da vontade do que da organização, o Fla criava suas chances apoiado na velocidade e sempre pelo lado direito, com Léo Moura, Bottinelli e Ronaldinho. Por duas vezes, pelo menos um sobrou em boas condições de finalizar, mas a pontaria não estava afiada. Ainda assim, Love sentia a falta de alguém para tabelar e ficou apagado. Tanto que nenhum chute foi desferido de dentro da área no primeiro tempo. Já R10, de falta, esteve perto de inaugurar o placar.
O terço final da etapa teve queda de ritmo, com mais faltas e catimba. Uma baixa importante, aliás, fez com que Joel Santana precisasse mexer: Léo Moura sentiu lesão muscular na coxa direita e, aos 30 minutos, foi substituído por Negueba, que ocuparia, portanto, a ala direita com obrigações um pouco defensivas. A torcida, ressabiada, vaiou a decisão. Logo depois, o zagueirão Jose Quiñonez também saiu de cena, com problema parecido.
Quando tudo caminhava para um intervalo de pura apreensão, o atacante Marlon de Jesús deu uma cotovelada em Welinton no meio de campo e foi expulso, já nos acréscimos. A vantagem numérica incendiou a torcida imediatamente e trouxe um fôlego maior para superar o bloqueio estrangeiro nos 45 minutos finais. Na volta, o Emelec veio com um volante no lugar de um meia, se resguardando, e o Fla, com Deivid no de Welinton. Indicação de pressão no Engenhão.
Não deu outra. Empurrado pelos gritos da arquibancada, o time rubro-negro partiu para cima e, em ágil tabela com Ronaldinho Gaúcho, Vagner Love teve sua primeira chance clara na partida e não perdoou: chute certeiro de pé esquerdo no canto cruzado do goleiro, aos três. Pouco depois, aproveitando a desestruturação do rival, não deixou barato e quase ampliou. Com uma avenida à frente, Deivid arriscou uma bomba, Dreer espalmou para frente e Negueba chutou por cima.
O Emelec sentiu o golpe e só foi se recuperar após os 15 minutos, quando teve a coragem de adiantar sua marcação, complicando novamente a saída de bola do mandante. Aos 22, como prova de que a paciência não é uma virtude da relação, R10 tentou um lance de futevôlei, estragou um cruzamento e passou a ser muito vaiado por quase todo o estádio.
A instabilidade do Flamengo equilibrou o duelo outra vez, apesar do homem a mais. Com medo de ser surpreendido, Joel era a imagem do nervosismo e chegou a esbravejar que "não aguentava mais". Ainda assim, eram seus comandados que criavam as melhores chances. Negueba e David Braz, em bolas de Junior Cesar, erravam o alvo, de cabeça.
O jogo ficou nervoso nos minutos finais, já bem fraco tecnicamente, com erros de lado a lado, exibindo o cansaço dos times. Até o fim, os equatorianos não chegaram a pressionar, o que não trouxe uma dose a mais de drama. Um chute de Gaibor foi o único momento de silêncio no Engenhão. Negueba também perdeu mais uma, já sem goleiro.

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