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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Casarões estão ameaçados de desabar com a chuva

De acordo com o Iphan, cerca de 70 prédios estão em péssimo estado de conservação.
Casarões estão ameaçados de desabar com a chuva
SÃO LUÍS - Com a transição entre o período seco e chuvoso em São Luís, aumenta o risco de desabamento de alguns casarões do Centro Histórico. Segundo a Superintendência de Defesa Civil do Município, várias famílias se recusam a deixar os prédios que estão em péssimo estado de conservação. Entre os imóveis sob responsabilidade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), cerca de 70 prédios foram identificados com algum risco.

A proximidade do período chuvoso coloca de novo vários casarões do Centro Histórico em risco. Muitos estão com os telhados danificados, infiltrações nas paredes, piso e outros problemas, mas muitas pessoas insistem em morar nesses locais. Segundo a Superintendência de Defesa Civil, quatro casarões com alto risco de desabamento abrigam famílias atualmente.

Várias visitas já foram realizadas nesses endereços para reavaliação, mas as pessoas se recusam a deixar os locais. Segundo a superintendente de Defesa Civil, Elitânia Barros, novas abordagens serão feitas ainda esta semana, antes do início de chuvas mais intensas. "Muitas vezes, as pessoas insistem em se arriscar por comodidade ou por não ter outro lugar para abrigar todos os familiares, como ocorre em um dos casarões da Rua da Palma", comentou.

A previsão meteorológica é de que o tempo instável e chuvoso deva continuar ao longo desta semana, com possibilidade de precipitações moderadas a fortes. O período chuvoso está previsto para começar apenas em fevereiro e se estender até abril.

Iphan

Na área tombada pelo Iphan, há cerca de 4 mil casarões tombados e a maioria é de propriedade particular. A capital do Maranhão abriga ainda o maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa do Brasil, mas muitos desses imóveis estão em ruínas. Alguns estão isolados para impedir a invasão por moradores de rua, mas também não passaram por nenhuma manutenção recente.

Entre os casarões localizados em área de responsabilidade federal, 5% de 1.353 imóveis malconservados apresentam algum risco em sua estrutura. Essa porcentagem corresponde a aproximadamente 68 prédios com risco. Nesses imóveis, o proprietário é responsável pela manutenção do local e, caso não atenda à notificação preliminar de reforma do casarão, o imóvel pode ser embargado.

Moradores de rua depredam prédios

Em vários endereços do Centro Histórico, basta um rápido passeio para identificar as péssimas condições de imóveis que abrigam comércios e residências. Na Rua da Estrela, alguns apresentam buracos nos pisos e teto e as infiltrações causadas pelas raízes de plantas que crescem nos telhados. Muitos moradores dizem que a única solução que podem dar é aparar a água das goteiras com baldes.

Um exemplo é um casarão de três andares localizado na esquina entre as ruas da Saúde e Afonso Pena. No andar térreo do prédio, funcionam uma oficina e um bar, e o teto do local apresenta rastros de cupim e infiltrações. Os comerciantes vizinhos contam que telhas já chegaram a cair na calçada nos dias de chuva mais intensa, como aconteceu em outubro do ano passado.

Mas, apesar do risco de desabamento, a maior reclamação dos vizinhos é de que esse prédio está sendo ocupado por um grupo de usuários de drogas. Segundo a vendedora Ana Lúcia Ferreira, além do abandono do proprietário, o prédio sofre com a depredação causada pelos invasores. "Uma casa desse tamanho e com uma localização muito boa podia estar funcionando como um hotel ou um órgão do governo, mas está jogada para se acabar de vez", disse.

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