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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Usuário de drogas mata menina com golpe de faca na Raposa

Um crime bárbaro encheu de tristeza e revolta a Rua da Alegria, no Bairro da Juçara – município de Raposa, por volta das 7h30 de ontem (26). A menina Ingrid Silva Coutinho, de apenas um ano e oito meses, foi morta com um golpe de faca no peito esquerdo, desferido por Edmir Cardoso de Azevedo, conhecido como “Bill”, de 23 anos, que seria usuário de drogas. Revoltados, populares prenderam e espancaram o acusado, que só não foi morto devido à chegada de uma guarnição da Polícia Militar.
A mãe de Ingrid, a doméstica Maria Diana Veloso, de 24 anos, disse que estava tratando um peixe, no interior da quitinete onde mora, que pertence à irmã do autor do crime, quando a mãe e o padrasto de Edmir, identificados apenas como Rosenis Cardoso e “Voador”, invadiram o imóvel tentando escapar de Bill, que corria atrás deles com uma faca. O casal teria se trancado na quitinete, impedindo Diana de sair para pegar a filha que brincava no quintal. “Eu dizia para eles me deixarem sair para pegar minha filha e eles não deixavam, dizendo que ele não iria fazer nada contra ela. Só abriram a porta, depois que viram por um buraco que Edmir tinha furado minha filha”, contou Diana.
Foto: Alessandro Silva e divulgação
Edmir sofreu tentativa de linchamento após matar Ingrid (detalhe)
A doméstica afirmou que, depois da porta aberta, correu em direção à criança, pegou ela em seus braços, saindo correndo em busca de socorro. Edmir ainda teria corrido para matar Diana que tentava socorrer a menina, mas foi impedido pelo avô materno de Ingrid, o vigilante Raimundo Machado da Silva, de 49 anos, que também estava no local, e se atracou com o acusado. “Nunca pensei que Edmir fosse fazer isso com minha filha. Ela chamava por Bill quando ele estava em casa. Ingrid nem chorou quando foi furada. Não sei como vou viver agora sem minha filha”, declarou Maria Diana, que está gravida de quatro meses e já teria perdido um filho em outra gravidez.
Segundo parentes da menina, Edmir foi preso, amarrado e trancado dentro de casa, mas a população invadiu o local dando início a um espancamento, com chutes e pauladas. “Eles só pararam porque pensaram que ele estava morto. Logo depois, a polícia chegou e levou Bill ainda respirando para o hospital”, contou uma vizinha, que preferiu não ser identificada.
Maria Diana relatou que, desde o início da manhã, a mãe do acusado estava pedindo ajuda para chamar o Corpo de Bombeiros, a fim de conduzir Bill para uma clínica psiquiátrica. Populares disseram que Edmir seria usuário de drogas e pertencente a uma família de traficantes, vindo da Pirâmide, e que ele teria matado uma pessoa neste bairro e ferido um senhor chamado Cleber para roubá-lo, na Raposa. “Eu só quero Justiça. Esse homem matou minha neta e não pode ficar em liberdade. Se ele é doido ou drogado, isso não dá o direito de matar uma inocente”, disse a avó materna da criança, Antônia Veloso Silva.
O corpo de Ingrid Silva Coutinho, filha do pescador Claudionilson Freitas Coutinho, de 26 anos, foi velado no próprio bairro onde morava, na casa de um amigo da família, e será enterrado hoje (27) no cemitério da Raposa.
Por medida de segurança, depois de ser medicado no Hospital Municipal Clementino Moura (Socorrão 2), Edmir Cardoso de Azevedo foi encaminhado para a Delegacia Especial de Paço do Lumiar onde foi autuado em flagrante por homicídio doloso, pelo delegado Francisco Cardoso, titular da Delegacia da Raposa.
Versão da família do acusado – Na delegacia de Paço do Lumiar, familiares de Edmir Cardoso contaram outra versão dos fatos. Segundo Vilma de Fátima Cardoso Guimarães, tia do acusado, o sobrinho tem problemas mentais, toma remédios controlados e já teria sido internado várias vezes.
De acordo com Vilma, Edmir estava em crise desde sábado (24), e não sabia o que estava fazendo. Ela afirmou que diante da falta de controle do sobrinho, os vizinhos saíram na rua, inclusive Maria Diana, para ver o que estava acontecendo e que a mãe do acusado teria gritado várias vezes para que a doméstica tirasse Ingrid da rua, porque sabia que o filho estava fora de si.
“Ele estava agitado, se golpeando com a faca que não o furava. Bill não sabe que matou a criança. Quando estava bem, dizia que em criança não se bate e sim se conversa”, justificou a tia de Edmir, que também ressaltou que seu sobrinho estava desaparecido desde sábado e só chegou em casa na madrugada de ontem, espancado.
Apesar das justificativas dadas pela família de Edmir, de que ele teria problemas mentais, o delegado explicou que não existem comprovações para isso e que caberá à Justiça avaliar essa questão.
Ameaças – Familiares de Ingrid teme represálias por parte do irmão de Edmir, cujo nome não souberam informar. Ele já esteve preso, mas agora está em liberdade e teria ameaçado a mãe da vítima.

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