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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Insegurança campeia na zona rural dos Cocais após fechamento de posto policial

As populações da zona rural da região dos Cocais está à mercê da marginalidade desde que o Governo do Estado resolveu fechar o único posto policial existe na localidade conhecida como Baú, um entroncamento localizado num trecho sem asfalto da BR-226, entre Graça Aranha e Timon, que serve de interseção com outras estradas sem revestimento que levam a Caxias (40 km), Matões (60 km), Parnarama (80 km) e Buruti Bravo (120 km).
Construído e inaugurado no Governo José Reinaldo Tavares (PSB), o posto policial do Baú garantia tranqüilidade aos moradores da região. O índice de criminalidade era baixíssimo e não se ouvia falar em assaltos ou roubos de motocicletas, conforme depoimentos de lideranças políticas e comunitárias ouvidas pelo JP.
Após o fechamento e retirada dos policiais, segundo elas, ninguém se arrisca viajar a noite, pois os assaltos a mão armada viraram rotina. “Toda a zona rural dos Cocais está sem segurança porque os bandidos assaltam em Teresina e estão se escondendo aqui por falta de policiamento. Ninguém tem coragem de viajar mais de moto. O fotógrafo Biaman Prado, em agosto passado, teve que vir aqui em Matões fazer umas fotografias e foi assaltado duas vezes antes de chegar com seu carro no hotel”, relata o ex-deputado estadual Rubéns Pereira, hoje secretário de Obras do município.
A gravidade do problema é dimensionado pelo tamanho da população que vive no campo. Matões, por exemplo, possui 32 mil habitantes, sendo 17 mil na zona rural, enquanto em Parnarama outros 19 mil sobrevivem da agricultura e estão nos povoados sem segurança e sem ter a quem recorrer em casos de violência praticada contra as comunidades de lavradores.
A prefeita de Matões, Suelly Pereira (PSB), diz que já foi encaminhado ofício ao Governo do Estado solicitando a reabertura do posto policial, mas que até o momento não houve resposta. “O documento foi entregue ao vice-governador Washington Oliveira (PT), que ficou de ver o problema, mas o posto continua fechado e sem uma explicação lógica para a retirada dos quatro policiais que faziam a segurança na área”, observou a prefeita.
A vereadora de Buriti Bravo, Luciana Leocádio (PDT), mostra-se assustada com a onda de assaltos na região. Segundo revelou à Reportagem do JP, já assaltaram até o Fórum da cidade. “Estamos tentando fazer uma audiência pública para discutir a segurança do nosso município. O delegado que responde por Buriti é de Passagem Franca e não temos sequer prédio para a delegacia, que funciona no prédio da prefeitura. Isso é um absurdo, queremos que o governo tome uma providência”, cobra.
Luciana conta que a cidade de Buriti Bravo viveu há pouco tempo em clima de terror por conta de um marginal foragido da Justiça que se instalou no município e durante três meses violentou mulheres, assaltou, pintou e bordou por falta de um policiamento. A vereadora conta que, após este episódio, a população está pagando uma empresa particular chamada “Rota Noturna” para fazer a segurança da cidade. Cada residência, para ser protegida, paga R$ 30,00 e o comércio R$ 50,00.
Vizinha à cidade de Teresina (PI), a zona rural de Timon serve de atrativo para a bandidagem se esconder sem ser importunada pela Polícia. Segundo o vereador Chagas Cigarreiro (PSB) os marginais estão introduzindo drogas na zona rural e não tem quem combata. “Fizemos uma passeata dia 10 de dezembro para chamar a atenção das autoridades para a questão da insegurança, pois temos apenas uma viatura para 160 mil habitantes, mas pregamos no deserto. Continuamos a mercê dos marginais”, lamentou.
Para o vereador Cigarreiro, a falta de barreira policial na ponte que liga o Piauí ao Maranhão, como antigamente, deixa os bandidos livres para cometerem seus crimes. “Os comerciantes de Timon estão desesperados porque o governo não olha para a região, não dá a menor assistência e nos deixa a mercê da marginalidade, tanto na cidade como no campo”, condenou Cigarreiro.
O líder comunitário Reginaldo Janjão, morador do povoado Quilombo, localizado na divisa entre Caxias e Matões, adverte que após o fechamento do posto policial do Baú, aumentaram os assaltos e a população está insegura. Reginaldo narra que há dois meses homens fortemente armados fecharam a MA-034 para assaltar motoristas e passageiros. “A governadora não pode virar as costas para a segurança na zona rural, somos maranhenses e queremos ser tratados com dignidade”, sentenciou Janjão.

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