Em depoimento a Justiça, ele diz que a polícia o obrigou a responder pelo crime.
SÃO LUÍS- As audiências do processo que investiga o assassinato do
jornalista Décio Sá, chegaram ao fim na tarde desta quarta-feira (5) no
Fórum Desembargador José Sarney, no Calhau. Ao todo foram 12 acusados,
mas somente 10 denunciados pelo Ministério Público como responsáveis
pela morte do jornalista. Eles foram interrogados pelo juiz da 1ª Vara
do Tribunal do Júri, Márcio Castro Brandão.
Os
últimos depoentes foram Marcos Bruno Silva de Oliveira, acusado de
ajudar na fuga do assassino pilotando a motocicleta. Já o segundo foi
Elker Farias Veloso, que teria dado apoio logístico ao criminoso.
Jhonathan de Sousa Silva, assassino confesso do jornalista, foi
interrogado pela manhã.
Durante o interrogatório do
Marcos Bruno Silva de Oliveira ele relatou que teve apenas três
contatos com Jhonatan. Um deles foi durante um aniversário, ocasião que
se conheceram, e os outros dois na Avenida Litorânea e que ele não teria
ajudado Jhonathan a fugir, depois de ter assassinado Décio Sá.
Em
novembro do ano passado, Marcos foi preso por clonagem de cartões. De
acordo com o depoente ele foi obrigado pela polícia a confessar que
tinha ajudado na fuga de Jhonatan. “Como havia um mandado de prisão
contra mim por clonagem de cartões, quando cheguei à delegacia, eles me
forçaram a responder por esse crime. Eles criaram um depoimento, e eu
fui obrigado a assinar”, confessou.
Ainda pela
manhã, durante o interrogatório, Jhonatan mudou a identidade da pessoa
que teria dado fuga pra ele em uma moto, logo após o crime. O pistoleiro
apontou outra pessoa que não estava arrolada nas investigações. O nome
citado foi o de Marcos Antônio Sousa Santos, o “Neguinho Barão”. Diante
da Justiça, ele disse que conheceu o “Neguinho Barão” no município de
Santa Inês, em um bar no ano de 2010. Eles teriam sido apresentados pelo
José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha. O depoimento teve
duração de 40 minutos.
O último interrogatório foi
de Elker Farias Veloso, que teria dado apoio logístico ao crime. Ele foi
indagado pelo juiz Márcio Brandão sobre a “ajuda” no crime. No entanto,
o acusado negou toda a participação. Disse que no dia do assassinato do
jornalista, ele estava em viagem a Teresina-PI, mas que conhece o
criminoso.
Jhonatan contou que ele e Elker teriam
dormido no mesmo quarto, com duas mulheres em uma pousada da capital,
dias após o crime. Durante o depoimento de Elker ele relatou outra
versão. “Tive contato antes e depois do crime com ele. Eu o encontrei na
Pousada Vila Verde, aqui em São Luís, acompanhado das minhas irmãs. O
meu último contato foi entre os dias 26 e 27 de abril em Teresina.
Acompanhei as notícias pelos jornais, desde então, não tive mais nenhum
contato com ele”, finalizou.
Ao fim da audiência, o
juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Márcio Brandão, informou que num
prazo de cinco dias o Ministério Público terá que apresentar as
alegações finais. Em seguida, a defesa dos acusados terá um prazo de 10
dias ou mais para ter acesso às informações colhidas no processo.
Apresentando também, as alegações sobre cada um dos acusados. A terceira
fase é quando o juiz fará a pronúncia para que os acusados sejam
submetidos a júri popular ou não. Mas ainda não existe data marcada para
o fim do processo.
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