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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Falta de educação é um dos piores problemas no trânsito

Especialistas atestam que é a falta de educação no trânsito que leva muitas pessoas a tornaram-se vítimas, muitas vezes, fatais.


A grande quantidade de veículos em circulação nas ruas da cidade acaba criando condições em que os motoristas deixam de manter o respeito entre si (Honório Moreira/OImp/D.A.Press)
A grande quantidade de veículos em circulação nas ruas da cidade acaba criando condições em que os motoristas deixam de manter o respeito entre si
Uma situação corriqueira que pode levar a resultados trágicos, como o incidente envolvendo o comerciante Abimael Araújo Soares, de 49 anos, morto no último domingo, depois de uma suposta discussão no trânsito, no bairro Olho D'Água. Para especialistas que lidam diretamente com a questão, casos de violência como esse são resultado da falta de educação no trânsito.

Segundo Lindinalva Ribeiro, chefe da Divisão de Orientação para o Trânsito, do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a simples agressão verbal ou a expressão de gestos ofensivos de um motorista ou passageiro, após um procedimento inadequado do condutor de outro veículo, podem caracterizar situações de violência nesse âmbito. Muitas vezes, quando a parte ofendida revida a provocação, as circunstâncias podem levar a problemas ainda maiores.

"O trânsito é coletivo, e não individual", disse por telefone Lindinalva Ribeiro, ressaltando que a grande quantidade de veículos em circulação nas ruas da cidade acaba criando condições em que os motoristas deixam de manter o respeito entre si, quando poderiam procurar as autoridades competentes para solucionar os problemas. Ela considerou que muitas pessoas saem de casa atrasadas e tendem a cometer infrações para ganhar tempo, ou reagir violentamente mesmo às faltas leves cometidas pelos demais usuários das vias públicas. Sobre os comportamentos exacerbados dos motoristas, Lindinalva Ribeiro avalia que a melhor solução é não revidar. Como forma de acalmar a tensão diária, a chefe de divisão do Detran recomenda que as pessoas adotem hábitos de vida saudáveis, como dormir mais, realizar atividades de lazer ou buscar um convívio familiar mais estreito.

De acordo com a delegada titular da Delegacia de Acidentes de Trânsito (DAT), Ana Claudia Campos, todos os dias um grande número de ocorrências chega para serem registradas, sendo mais frequentes os casos de lesão corporal, embriaguez ao volante e homicídio culposo no trânsito. Na avaliação da delegada, as ocorrências de trânsito têm a peculiaridade de não distinguirem os envolvidos. "Qualquer pessoa é passível de se envolver em um acidente", disse ela, observando que inclusive os pedestres podem ser vítimas de infrações cometidas por um motorista, ou por si próprios.

Pela incidência de acidentes registrados no município de São Luís, pode-se ter uma ideia desse risco. Contando desde pequenas colisões, como arranhões em para-choques e danos materiais, até os casos mais graves de acidentes com vítimas, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) registrou nos cinco primeiros meses de 2012 uma média mensal de 300 ocorrências apenas na Avenida Jerônimo de Albuquerque, notoriamente um dos corredores da cidade com a situação do trânsito mais crítica. Tal registro faz dessa via a campeã em acidentes na capital, com uma média de 10 acidentes diários registrados.

Na DAT, estima-se em cerca de 250 o número de inquéritos instaurados atualmente. A esse respeito, Ana Claudia Campos ressaltou que o grande volume de casos a serem acompanhados dificulta que cada investigação se conclua no prazo previsto de 30 dias. Além dessa grande demanda, a demora na liberação de laudos periciais do Instituto de Criminalística (Icrim) e Instituto Médico Legal (IML), relativos tanto aos locais dos acidentes quanto aos danos sofridos pelas vítimas, também constitui um fator desfavorável à conclusão dos inquéritos naquela delegacia especializada.

No entanto, Ana Claudia Campos também destacou a falta de educação no trânsito como um fator que favorece a ocorrência de acidentes. "Se todos agissem de acordo com as normas, muitos acidentes de trânsito não ocorreriam", afirmou ela, mencionando o caso de pedestres que não utilizam a faixa, ou motoqueiros que cometem ultrapassagens arriscadas. Segundo a delegada, o uso de telefone celular na direção de um veículo compromete os reflexos do motorista similarmente ao estado de embriaguez.

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