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quarta-feira, 30 de maio de 2012

Boi de Morros volta a cantar o amor e faz homenagem a Gonçalves Dias

Os Poemas do poeta maranhense Gonçalves Dias, os 400 anos de São Luís e o amor fazem parte da mensagem do Boi de Morros para animar os terreiros na festança junina
Com 36 anos, Boi de Morros volta a cantar o amor. Em 2003, o tema "A paz que brota do amor". Neste ano, cerca de 160 brincantes apresentarão o novo enredo
Uma ode ao amor nos terreiros de São Luís é o que promete o Boi de Morros na temporada junina de 2012. O boi do sotaque de orquestra que a cada ano inova no tema, nas suas coreografias e indumentárias fazendo shows falando de paz e amor, se prepara para cantar mais uma vez um tema que envolve o grupo desde a sua fundação e este ano, em especial pelo aniversário de 400 anos de São Luís: o amor. O grupo vai espalhar mensagens de sentimento com o tema Amor... A força que move o mundo.

O amor é um tema recorrente no Boi de Morros. Em 2003, por exemplo, o grupo apresentou o tema A paz que brota do amor. Neste ano, segundo José Lobato, fundador e amo do boi, a reflexão será muito profunda, pois falará do amor como uma força que vem do criador. O tema estará presente nas toadas, nas indumentárias e no espetáculo como um todo.

"Todo o nosso trabalho vai ser em cima desse tema. Paralelamente a isso vamos homenagear os 400 anos de São Luís invocando poemas de Gonçalves Dias e levando mensagem de amor na dança, no enredo, na encenação. Falamos de um amor maior, do Eros, do ágape, do que está acima de tudo, do amor divino", explica Lobato.

Índia guerreira durante a temporada dos festejos juninos de São Luís (NEIDSON MOREIRA/OIMP/D.A.PRESS)
Índia guerreira durante a temporada dos festejos juninos de São Luís
Uma apresentação do Boi de Morros "satisfatória", segundo Lobato, necessita de pelo menos uma hora de duração. O espetáculo que começa com o auto vai homenagear São Luís com poemas do poeta maranhense Gonçalves Dias. Como de costume os textos serão entremeados pelas encenações. "Vamos levar índios e índias e tribos timbiras e tupis envolvendo todos os sotaques que fazemos, e ainda literatura que foi a grande marca de São Luís no passado. Vamos narrar essa história resgatando o amor de retratado nesses poemas", conta o amo do boi da região do Munim.

Os poemas de que Lobato fala são I-Juca-Pirama e Canção do Exílio, ambos de Gonçalves Dias. O primeiro é um poema indianista publicado em 1851. É um dos mais famosos poemas Indianistas do Romantismo Brasileiro, considerado por muitos a obra prima do poeta maranhense. O poema relata a história de um guerreiro tupi sobrevivente e fugitivo da destruição na costa que cai aprisionado por uma tribo antropófaga dos Timbiras e que deve ser sacrificado conforme o rito.

Já Canção do Exílio marca a obra do autor como um dos mais conhecidos poemas da língua portuguesa no Brasil. Foi escrita em julho de 1843, em Coimbra, Portugal. O poema, por conta de sua contenção e de sua alusão à pátria distante, tema tão próximo do ideário do Romantismo, tornou-se emblemático na cultura brasileira.

Todo esse enredo será mostrado nos arraiais de São Luís e do mundo por um grupo de aproximadamente 160 brincantes utilizando indumentárias riquíssimas desenhadas pelo figurinista Márcio Figueiredo, mas segundo Lobato, confeccionadas pelos próprios brincantes. "Nós fazemos questão que os componentes se envolvam em todo o processo de preparação do grupo", comenta o amo.

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