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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Descarte inadequado de pneus facilita proliferação do mosquito da dengue

Com o aumento das chuvas em São Luís, cresce o risco de novos focos do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue. O problema se torna mais preocupante pelo comportamento inadequado de alguns donos de borracharias; que, muitas vezes, descartam de forma irregular pneus velhos, que se transformam em verdadeiros criadouros do mosquito.
Foto: G. Ferreira
Pneus servem de proteção para árvores e de criadouros para mosquitos, na Curva do Noventa
Na manhã de ontem (10), a equipe de reportagem do Jornal Pequeno encontrou situações semelhantes em várias borracharias da capital maranhense, além de canteiros centrais de algumas avenidas. Na Jerônimo de Albuquerque, próximo à Curva do Noventa, sentido Cohafuma/Vinhais, o cenário é caótico. Pneus espalhados e cheios de água foram jogados na frente e no entorno da oficina. O borracheiro Sivaldo Ferreira, de 29 anos, explicou que, frequentemente, seca e aplica veneno dentro dos pneus para evitar o acúmulo de insetos e focos de mosquitos da dengue. Mas não foi esta a situação constatada. “Temos crianças aqui e não podemos deixá-las correr o risco de adoecerem, então sempre cuidamos disso. Já estamos aqui há três anos e nunca contraímos nenhuma doença, esses pneus são usados e estão aqui para a venda, pois precisamos complementar a renda familiar”, afirmou.
O motorista Alexandre Silva, de 38 anos, contou que sempre passa em frente à borracharia e já havia presenciado a exposição dos pneus, porém achava normal por se tratar de uma oficina, mas imaginava que o proprietário tivesse os cuidados básicos para mantê-los secos. Alexandre Silva informou que sempre foi um apoiador da campanha contra a dengue, por ter tido casos da doença na família. “Minha mãe foi vítima e passou por maus bocados. Além da febre e de outros sintomas, a dengue causa coceira no corpo todo, que chega a dar pena em quem é acometido pela doença. Lamento por este borracheiro não ter consciência dos problemas que ele pode acarretar para si e suas filhas, pois percebemos que apesar da justificativa de secar e colocar veneno nos pneus, a história não parece ser bem assim”, relatou.
Foto: G. Ferreira
Borracheiro garante que adota medidas para evitar a proliferação do Aedes Aegypti
Ideia de risco – Ainda na mesma área, em um bambuzal no canteiro central da avenida, em frente à revendedora de veículos Auto Show, foram encontrados pneus apoiados em estruturas de ferro, cheios de água e com risco de proliferação de doenças. O funcionário da Vital Engenharia, prestadora de serviço à Prefeitura de São Luís, que preferiu não ser identificado, disse que a empresa está fazendo o serviço de roço e capina no local, porém foram surpreendidos por um morador da área que informou ter plantando algumas mudas de árvores e utilizou os pneus para demarcar o lugar. “Sabemos do risco, mas infelizmente são coisas que não temos autonomia para interferir. O homem é um senhor de meia idade que apareceu e pediu para termos cuidado com os locais demarcados com os pneus, porque eram árvores em desenvolvimento e fizemos conforme ele pediu. Mas, percebemos a presença de água dentro dos mesmos e se existir foco de mosquito isso pode até nos prejudicar em caso de picadas”, declarou.
Outra situação parecida, mas até certo ponto surpreendente, foi constatada na em uma borracharia na Avenida Lourenço Vieira da Silva, após a Universidade Estadual do Maranhão (Uema), no sentido Cidade Operária/São Cristóvão. No local, existem vários pneus amontoados, que poderiam pelo menos estar cobertos; além de outro tanto jogado em um terreno ao lado da borracharia que ficam expostos à chuva.

Pneus cheios d’água, em borracharia no Cohafuma, representa risco a saúde
O proprietário e borracheiro Lourival Amorim, de 57 anos, explicou que os pneus amontoados na parte externa da oficina estão à espera da coleta da prefeitura, que passaria semanalmente. Lourival Amorim pontuou que os pneus estão todos cortados e com furos para evitar o acúmulo de água. “Já contraí dengue por duas vezes, e sei que não é nada bom, por isso tenho essa preocupação em manter os pneus e vasos secos. Sei que muitos borracheiros ignoram tal prática, mas precisamos ser conscientes e não sermos colaboradores para a proliferação da doença”, disse.

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