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quarta-feira, 21 de março de 2012

Treze municípios do Maranhão já tiveram assaltos em bancos em 2012

Somente em 2012, 13 municípios maranhenses já sofreram assaltos. Houve ainda quatro incidentes em terminais de auto-atendimento em São Luís e Imperatriz

Nos três primeiros meses deste ano, mais de R$ 3 milhões podem ter sido roubados por quadrilhas especializadas em assaltos a bancos em todo o Maranhão. A estimativa é baseada na quantidade de ocorrências informada pela polícia, e de acordo com a dimensão dos municípios que foram cenário desse tipo de crime.

Segundo o delegado do Departamento de Combate ao Roubo às Instituições Financeiras (DCRIF), Luís Jorge Matos Santos, embora os bancos não divulguem os valores do dinheiro levado por assaltantes, cada abordagem a instituições bancárias situadas em pequenas cidades do interior do Maranhão pode ter representado um prejuízo médio de R$ 150 mil, enquanto os caixas eletrônicos assaltados nos grandes centros urbanos poderiam conter até R$ 300 mil.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que realiza a contagem da população brasileira, define como pequenas cidades os municípios com até 100 mil habitantes. Desde o início de janeiro, ocorreram assaltos a bancos em 13 cidades maranhenses nessa faixa populacional, além de quatro incidentes em terminais de auto-atendimento em São Luís e Imperatriz, considerados centros de grande porte.

Com base nesses critérios, atinge-se o total de R$ 3,15 milhões arrecadados nas investidas criminosas, que não chegou a um montante ainda superior por conta de seis tentativas de ação de assaltantes que foram frustradas pela polícia antes de se concretizarem.

No âmbito da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), o DCRIF concentra as informações referentes às ocorrências de roubo e furto a agências bancárias e terminais de auto-atendimento no Maranhão.

De acordo com o levantamento do órgão, e adotando-se o mesmo cálculo de valores estimados segundo o porte dos municípios, no primeiro trimestre do ano passado foram registradas 16 ocorrências de assaltos, representando um desfalque de R$ 3,45 milhões. Apesar de em 2011, entre janeiro e março, ter ocorrido um assalto a menos, a estimativa do montante de dinheiro roubado foi relativamente maior em comparação com os três primeiros meses de 2012, devido à incidência do dobro de casos na capital.

As ações criminosas

O delegado Luís Jorge Matos esclareceu que, até 2009, a modalidade de assaltos mais frequente no Maranhão era o tipo conhecido como “vapor” ou “novo cangaço”, quando os grupos criminosos invadem os bancos, chegam a agredir e fazer reféns entre os funcionários e clientes, fugindo depois de obterem o dinheiro encontrado nas agências.

Essa modalidade de abordagem, que não foi registrada no estado em 2012, costuma ocorrer em dias de pagamento de salários de funcionários públicos e benefícios sociais, em razão do grande movimento de dinheiro.

“Havia semanas com até dois assaltos desse tipo”, disse o delegado, observando que os grupos passaram a adotar outros procedimentos, em reação às ações da polícia para coibir a ousadia dos bandidos. Foi quando aumentaram as abordagens chamadas de “sapatinho”, pela qual se sequestravam os familiares dos gerentes dos bancos, que eram libertados depois da entrega forçada das reservas de valores mantidas nas agências bancárias.

“Apesar de ser menos arriscado e pouco perceptível, [esse tipo de ação] implica em uma pena maior, por se tratar de extorsão mediante sequestro”, explicou Luís Jorge Santos.

Mais recentemente, de acordo com o titular do DCRIF, o foco das quadrilhas passou a ser os caixas eletrônicos e terminais de auto-atendimento, encontrados não apenas nas agências bancárias, mas em diversos estabelecimentos comerciais, como farmácias e supermercados. No entanto, as ações mais constantes correspondem ao furto qualificado.

Praticado por grupos de assaltantes, com equipamentos (maçaricos ou explosivos) e em geral durante a noite, quando não há funcionamento dos pontos comerciais, esse tipo de delito envolve uma pena mais leve, além de menores riscos, como a possibilidade de confronto com a polícia ou de se fazerem vítimas. Mas há registro de incidentes em que vigilantes foram feitos reféns, o que transforma a tipificação do crime em roubo qualificado.

Ao esclarecer o perfil dos integrantes de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos, o delegado Luís Jorge Santos informou que os grupos são heterogêneos, e é comum que envolvam pessoas procedentes de outros estados brasileiros, onde também há registro de uma alta incidência de assaltos a bancos. Apenas em janeiro deste ano, uma quadrilha formada por cinco mato-grossenses realizou os três assaltos a terminais de auto-atendimento registrados esse ano em São Luís. Na região tocantina, que concentra um grande fluxo comercial e de pessoas, há indícios de que venha se organizando um grupo composto por integrantes dos estados do Pará, Tocantins e Piauí.

Apesar de não se terem levantado provas materiais que comprovassem as suspeitas, o titular do DCRIF disse que há a possibilidade de que algumas quadrilhas tenham recebido informações privilegiadas de vigilantes terceirizados em atividade nas agências bancárias, a respeito do abastecimento dos terminais. Para identificar as quadrilhas, descobrir o paradeiro dos assaltantes e efetuar as prisões, o delegado explicou que a polícia conta com uma rede de informantes e colaboradores em todo o estado, além de receber denúncias anônimas da própria população. Além disso, em algumas abordagens os criminosos acabam deixando pistas que facilitam o trabalho de investigação das equipes policiais.

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