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A renda familiar per capita (por pessoa) de Francisca é de mais R$ 1.100, já que desde janeiro de 2010 ela ganha R$ 736 mensais como funcionária da Prefeitura e o marido – eleito vereador em 2008 – tem salário de R$ 1.500. Os salários dos dois somam R$ 2.236.
Para ter direito ao Bolsa Família – programa federal destinado exclusivamente a famílias pobres e extremamente pobres –, o beneficiário deve ter renda familiar per capita de até R$ 140. O rendimento por pessoa da família de Francisca e 'Valdo' é oito vezes maior do que o estabelecido pelo Bolsa Família.
R$ 4,5 mil recebidos – Segundo o que o JP apurou no Portal Transparência (www.portaltransparencia.gov.br), Francisca das Chagas Araújo Santos recebe o Bolsa Família desde maio de 2006. Mesmo após a eleição de seu marido, o vereador 'Valdo', em outubro de 2008, ela não pediu o desligamento do programa. Tampouco renunciou ao benefício após ser admitida na Prefeitura de Senador Alexandre Costa como diretora de divisão da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos.

Os recursos do Bolsa Família são enviados mensalmente às prefeituras, responsáveis pelo cadastramento dos beneficiários. Só entre 2009 e 2011, a Prefeitura de Senador Alexandre Costa recebeu R$ 5,4 milhões do Bolsa Família (R$ 1,6 milhão em 2009; R$ 1,9 milhão em 2010; e R$ 1,9 milhão em 2011). A Polícia Federal (PF) já constatou casos em municípios nos quais os recursos do Bolsa Família são usados para fins eleitoreiros durante o cadastramento da prefeitura.
Aliado – O vereador petista Valdemir Pereira dos Santos é um dos seis aliados que o prefeito Carlos Pereira Machado (PTB) tem na Câmara de Senador Alexandre Costa. Machado é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF), sob a acusação de ter 'inventado' uma enchente no município em 2009 para obter mais de R$ 2 milhões em recursos da União, conforme revelou o JP em 11 de dezembro último.
Fraudar o programa Bolsa Família é crime federal. O gestor e as pessoas ilegalmente beneficiadas podem responder por estelionato, cuja pena é de um a cinco anos de reclusão, multa e devolução do dinheiro recebido indevidamente.
O JP tentou contato com a Câmara de Vereadores de Senador Alexandre Costa, na sexta-feira (6), para que o vereador 'Valdo' falasse sobre o caso, mas não obteve êxito.
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