A defesa dos acusados como mandantes do assassinato do jornalista
Décio Sá, Gláucio Alencar Pontes Carvalho e José de Alencar Miranda
Carvalho, dispensou oito das nove testemunhas arroladas para prestar
depoimento nesta segunda-feira (13), no quinto dia de audiências sobre o
crime. Ao todo, 55 pessoas foram relacionadas para depor na fase de
instrução do processo, que ocorre entre os dias 6 e 26 de maio, no Fórum
Desembargador Sarney Costa, em São Luís.
Entre
os dispensados, estavam delegados e policiais que trabalharam no caso.
Pela defesa, prestou depoimento somente um amigo de Gláucio, que
frequentaria a mesma igreja evangélica do acusado. Com as dispensas, o
promotor do Tribunal do Júri, Luís Carlos Duarte, aproveitou para
interrogar uma testemunha de acusação que não pôde depor na semana
passada, quando foram ouvidas outras 26 pessoas.
A testemunha é
proprietária de uma pousada no Calhau, onde o acusado Elker Veloso,
conhecido como Diego, ficou hospedado durante uma semana e meia. De
acordo com ela, o hóspede teria recebido visitas do assassino confesso
Jhonathan Silva, com quem saiu repetidas vezes. Diego foi preso em
Divinópolis, em Minas Gerais, em junho do ano passado. Ele é suspeito de
auxilar o assassino na logística do crime.
A dona do
estabelecimento disse ainda desconhecer um trecho do depoimento
constante no inquérito policial e que policiais mandaram que ela
rasgasse a ficha de hospedagem referente à estada do acusado. É a quarta
pessoa que nega parte de suas declarações e acusa a polícia de praticar
coação.
Sobre as declarações das testemunhas que afirmam
desconhecer trechos dos depoimentos prestados na delegacia, o
sub-delegado geral de Polícia Cilvil, Marcos Affonso Junior, revelou que
a polícia está tranquila quanto ao que está escrito porque todos os
depoimentos estão filmados.
A
audiência marcada para amanhã (14) foi suspensa porque seria destinada à
defesa do advogado Ronaldo Ribeiro, que teve o processo desmembrado
pelo juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, Márcio Castro
Brandão, após pedido de adiamento do advogado Aldenor Rebouças Júnior.
Até sexta-feira (17), devem ser ouvidas as testemunhas das defesas dos
12 acusados.
Fase de instrução
Até
sexta-feira (17), somente testemunhas de defesa devem ser ouvidas. A
primeira semana de audiências foi reservada às testemunhas de acusação e
a terceira será a vez dos acusados no processo. Terminada a fase de
instrução, o MP-MA terá que apresentar alegações finais sobre cada um
dos acusados. Feito isto, o juiz vai determinar se eles vão a júri
popular. Caso contrário, os suspeitos podem ser absolvidos.
Entenda
Décio Sá foi atingido por cinco tiros quando estava em um bar na Av.
Litorânea, em São Luís, por volta das 23h do dia 23 de abril do ano
passado. O jornalista, que trabalhava na editoria de política do jornal O
Estado do Maranhão e era responsável pelo Blog do Décio, morreu na
hora.
De
acordo com a polícia, Décio foi morto porque teria publicado em seu
blog informações sobre o assassinato do empresário Fábio Brasil,
envolvido em uma trama de pistolagem com os integrantes de uma quadrilha
supostamente encabeçada por Glaucio Alencar e José Miranda, suspeitos
também de praticar agiotagem junto a mais de 40 prefeituras no estado.
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