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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Quadrilha, presa na Operação Quatro Marcos, é apresentada

O grupo é composto por um maranhense, dois mato-grossenses, um paranaense e um paulista.
SÃO LUÍS - Uma quadrilha, presa durante a Operação Quatro Marcos, foi apresentada pelo secretário-adjunto de Inteligência e Assuntos Estratégicos, da Secretaria de Estado de Segurança Pública, Laércio Costa, na tarde desta segunda-feira (4), durante uma entrevista coletiva à imprensa, em São Luís. A operação, iniciada no último fim de semana, resultou na identificação de cinco pessoas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas e na apreensão de mais 50 kg de pasta base de cocaína avaliada em quase R$ 1 milhão.

O grupo, composto por um maranhense, dois mato-grossenses, um paranaense e um paulista, teria ramificações, de acordo com a polícia, nos Estados do Maranhão, Pará, Piauí, Goiás e Mato Grosso. A droga saiu da cidade de São José de Quatro Marcos, em Mato Grosso. O início da operação aconteceu após dois meses de investigações.

Estiveram presentes, ainda, na coletiva: a delegada-geral de Polícia Civil, Maria Cristina Resende; o subdelegado-geral Marcos Afonso Júnior; e o superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Lima de Paiva.

“Com esta prisão, estamos dando um choque no tráfico de drogas aqui no Maranhão. Além de desbaratar esta organização criminosa que estava se instalando aqui no Maranhão, estamos impedindo que aconteçam vários homicídios. A quantidade de droga apreendida era suficiente para abastecer, durante cinco meses, as bocas de fumo da Região Metropolitana”, explicou Laércio Costa.

De acordo com o secretário-adjunto da SSP, a pasta base iria ser manipulada e transformada em crack. Segundo ele, 1 quilo do entorpecente, depois de pulverizado, não é vendido nas bocas de fumo por um valor menor que R$ 10 mil. “Calculando a quantidade e o valor que é vendido temos noção do montante e do valor que seria arrecadado, de forma ilícita, e iria abastecer, não só a ganância dos traficantes como também todo um mecanismo criminoso do tráfico”, completou.

Durante a ação, que teve o apoio dos delegados José Nilton Sousa e Carlos César Veloso, ambos da SPCI, foram presos, Terezinha de Jesus Oliveira Mandu, 47 anos, apontada como uma das líderes do grupo. Segundo a polícia, ela teria assumido o comando do tráfico após a morte de um de seus filhos na cidade de Maracaçumé. Era ela quem escolhia as “mulas do tráfico”, como são conhecidas as pessoas que fazem o transporte da droga.

Nas investigações, a polícia descobriu que os três salões de beleza dos quais ela era proprietária, sendo um no Maranhão e dois no Pará, além de outros dois estabelecimentos comerciais (em Santa Helena, no Maranhão, e no Pará), serviam para esconder a venda das drogas. Além dela, estão detidos, Eliseu Viera de Lima, 47 anos, natural de Portos dos Gaúchos (MT); Rosildo Ferreira, conhecido como “Roni”, natural de Ouro Verde do Oeste (Paraná), 37 anos, que já havia sido condenado há 12 anos e 10 meses e tinha fugido do presídio em Teresina, Piauí, e foi detido no ano passado; Kleuton Barbosa da Costa, 27 anos, de Buriti (MA), com quem “Terezinha” mantinha um relacionamento amoroso; e Alexandre Rubens Barbosa Marques, conhecido como “Piriquito”, natural de Aparecida do Oeste (São Paulo).

A delegada-geral afirmou que os trabalhos de combate ao trafico de drogas vão continuar. “Vamos estar sempre combatendo o tráfico de drogas no Maranhão. As investigações vão continuar e pretendemos, também, chegar a todos os outros envolvidos. A partir de agora, vamos trocar informações com outros Estados e descobrir as ramificações do grupo”, ressaltou.

Logística

Para que as prisões tivessem êxito, a SPCI monitorou a movimentação da quadrilha e com o apoio do Ministério Público e do juiz da comarca de Maracaçumé deram inicio ao levantamento de informações. O superintendente de Polícia Civil do Interior disse que as investigações começaram na cidade de Maracaçumé, onde, durante a investigação de um homicídio ocorrido em fevereiro do ano passado de um dos chefes do tráfico conhecido como “Cleutinho”, foi descoberto todo o esquema do trafico. Ele dominava, segundo o delegado, o tráfico nas cidades de Maracaçumé, Governador Nunes Freires e estava se expandido ao Estado do Pará.

“Investigando o homicídio, chegamos ao tamanho dos negócios criminosos do Cleutinho. Descobrimos que ele, na época em que foi morto, estava juntando R$ 1 milhão para gastar na campanha, uma vez que ele queria ser candidato a vereador na cidade. E com a morte do filho, a Terezinha assumiu o comando do tráfico. E decidiu morar em São Luís com o restante da família e, daqui, manipular o trafico de drogas”, contou o superintendente da SPCI.

O carregamento foi recebido no Terminal Rodoviário de São Luís, local marcado para que o motorista da caminhonete seguisse em direção à residência da chefe do tráfico. Eles foram abordados no momento em que se deslocavam. A outra parte da quadrilha, que permaneceu em São Luís, segundo as investigações, tinha como função arrecadar recursos para custear os gastos e o frete do entorpecente. “Em uma das movimentações, conseguimos descobrir que, em uma remessa, foram quase R$ 250 mil reais enviados a Mato Grosso”, disse o superintendente.

Apreensão

O entorpecente apreendido, divididos em 46 tabletes, foi avaliado em R$ 850 mil reais. Cinco veículos, sendo um Pálio preto, placa NNG-9975; um i30 Hunday; um Renault Clio, cor prata com placa NHA 4305 do Pará; um Ford F4000 branca, placa KHM 8613; uma caminhonete Strada, sem placa, também, foram apreendidos pelas equipes policiais. Com o grupo, a polícia encontrou R$ 7.541, 26 celulares, além de chips, pen drives e várias porta-cédulas, cartões de crédito e diversos comprovantes bancários que constatam a movimentação dos traficantes. Os suspeitos ficarão detidos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde permanecerão à disposição da Justiça.

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