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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Polícia Militar usa a força para acabar com protesto de moradores do Vinhais Velho 26 de julho de 2012 às 10:15 Índice Texto Anterior | Próximo Texto POR GABRIELA SARAIVA Durante a tarde de ontem, moradores da comunidade Vinhais Velho bloquearam, novamente, a rua principal do bairro para impedir a passagem de tratores da empresa Marquise Engenharia, que trabalha na construção da Via Expressa, naquele lugar. Uma tropa da Polícia Militar, comandada pelo coronel Jefferson Teles, foi ao local para tentar desobstruir a rua, encontrou resssandro Silva Presença de policiais militares deixou o clima tenso no Vinhais Velho A empresária Maria José Alves, de 60 anos, que mora na área há mais de duas décadas, afirmou que carreteiras, caçambas, entre outros tipos de veículos e máquinas de grande porte, trabalham no local e entulharam boa parte do mangue, desrespeitando, segundo ela, o acordo firmado na Justiça federal. Ação da PM – Cerca de 40 homens do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, comandados pelo coronel Jefferson Teles, usando bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha, tentaram desobstruir a via e garantir a passagem dos veículos da empresa Marquise Engenharia, mas encontraram resistência. O bloqueio era feito por um veículo de placa NNF-9244, de propriedade do deputado federal Domingos Dutra, que dava apoio à comunidade. Foto: Alessandro Silva Deputado Domingos Dutra foi retirado à força da frente do carro que bloqueava a rua O coronel Jefferson Teles justificou a medida como sendo a única viável, depois de terem sido esgotadas todas as formas de diálogo e diante da recusa insistente da população em cumprir a lei. “Nós chamamos uma equipe da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), que, apesar de garantir que o deputado descumpria a lei, foi obrigada a se retirar depois de receber uma ordem. Esse documento é apenas uma ata, não é determinação judicial. Mesmo assim, não se está construindo nessa área, mas as máquinas precisam da rua desobstruída para realizar os trabalhos. Estamos aqui para liberar a via pública. Isso é um direito constitucional que está sendo violado. Nós teremos que, por meio da força estatal, usando dos meios moderados, garantir isso”, explicou o comandante do CPM. Na confusão, uma bomba explodiu no pé do funcionário público Gerônimo Pereira Ramos, de 58 anos. A professora universitária Antônia Mota foi atingida por estilhaços de outra. O promotor do Meio Ambiente, Fernando Barreto, esteve no local e conversou com o coronel Jefferson Teles. Ele explicou que, a seu ver, diante do fato de a via ser de responsabilidade da prefeitura de São Luís e não do Estado, uma vez que não se trata de uma MA, a intervenção da PM só deveria ocorrer diante da presença e necessidade de agentes da SMTT. “É importante conversar para que a integridade das pessoas seja preservada. Nós não temos o poder de questionar a autoridade da polícia. Mas possuímos o direito de relatar os excessos para o juiz dessa cau

Polícia Militar usa a força para acabar com protesto de moradores do Vinhais Velho

Durante a tarde de ontem, moradores da comunidade Vinhais Velho bloquearam, novamente, a rua principal do bairro para impedir a passagem de tratores da empresa Marquise Engenharia, que trabalha na construção da Via Expressa, naquele lugar. Uma tropa da Polícia Militar, comandada pelo coronel Jefferson Teles, foi ao local para tentar desobstruir a rua, encontrou resistência e entrou em confronto com os manifestantes. Bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha foram usados.
Segundo Gilberto Alves, de 44 anos, comerciante e morador do Vinhais Velho há 35 anos, essa é a terceira tentativa da Polícia Militar de, com o uso da força, acabar com o bloqueio feito pela população, que tenta impedir a retomada na construção da Via Expressa, no trecho que passa por dentro da área habitada. “Em nenhuma das três vezes eles trouxeram uma ordem judicial”, completou o comerciante.
Conforme explicou o morador, no dia 21 de abril, deste ano, um acordo foi firmado na Justiça federal e ficou resolvido que as obras na área compreendida entre o Vinhais Velho e o Ipase estariam suspensas até que fosse realizada uma prospecção arqueológica, a fim de avaliar os impactos ambientais que seriam causados na área. “A maior parte já foi destruída, mas nós conseguimos suspender e evitar que chegasse até perto das casas”, ressaltou Gilberto Alves.
Foto: Alessandro Silva
Presença de policiais militares deixou o clima tenso no Vinhais Velho
A empresária Maria José Alves, de 60 anos, que mora na área há mais de duas décadas, afirmou que carreteiras, caçambas, entre outros tipos de veículos e máquinas de grande porte, trabalham no local e entulharam boa parte do mangue, desrespeitando, segundo ela, o acordo firmado na Justiça federal.
Ação da PM – Cerca de 40 homens do Batalhão de Choque, da Polícia Militar, comandados pelo coronel Jefferson Teles, usando bombas de gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha, tentaram desobstruir a via e garantir a passagem dos veículos da empresa Marquise Engenharia, mas encontraram resistência. O bloqueio era feito por um veículo de placa NNF-9244, de propriedade do deputado federal Domingos Dutra, que dava apoio à comunidade.
Foto: Alessandro Silva
Deputado Domingos Dutra foi retirado à força da frente do carro que bloqueava a rua
O coronel Jefferson Teles justificou a medida como sendo a única viável, depois de terem sido esgotadas todas as formas de diálogo e diante da recusa insistente da população em cumprir a lei. “Nós chamamos uma equipe da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT), que, apesar de garantir que o deputado descumpria a lei, foi obrigada a se retirar depois de receber uma ordem. Esse documento é apenas uma ata, não é determinação judicial. Mesmo assim, não se está construindo nessa área, mas as máquinas precisam da rua desobstruída para realizar os trabalhos. Estamos aqui para liberar a via pública. Isso é um direito constitucional que está sendo violado. Nós teremos que, por meio da força estatal, usando dos meios moderados, garantir isso”, explicou o comandante do CPM.
Na confusão, uma bomba explodiu no pé do funcionário público Gerônimo Pereira Ramos, de 58 anos. A professora universitária Antônia Mota foi atingida por estilhaços de outra.
O promotor do Meio Ambiente, Fernando Barreto, esteve no local e conversou com o coronel Jefferson Teles. Ele explicou que, a seu ver, diante do fato de a via ser de responsabilidade da prefeitura de São Luís e não do Estado, uma vez que não se trata de uma MA, a intervenção da PM só deveria ocorrer diante da presença e necessidade de agentes da SMTT.
“É importante conversar para que a integridade das pessoas seja preservada. Nós não temos o poder de questionar a autoridade da polícia. Mas possuímos o direito de relatar os excessos para o juiz dessa causa e as autoridades competentes, inclusive o Ministério Público Federal, com o qual esse acordo foi firmado. E é o que vou fazer”, disse o promotor.

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