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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Moradores do São Raimundo sofrem sem infraestrutura

Os moradores do São Raimundo afirmam que já estão cansados de conviver com lixo, esgoto a céu aberto e falta de água. Para piorar, numa das vias do bairro – a Rua 21 –, uma enorme cratera, que acumula muito lixo, já ameaça engolir várias casas.
Maria Raimunda Miranda de Souza, 57 anos, moradora de uma dessas casas ameaçadas, contou que mora na Rua 21 há 14 anos, e há oito vem sendo obrigada a conviver com o problema. Ela já foi notificada pela Defesa Civil e pode ter de deixar o local.
Foto: Alessandro Silva
A casa de Maria Raimunda está a ponto de deslizar para um buraco
A moradora explicou que a enorme cratera começou a se formar quando máquinas de uma empresa particular começaram a retirar areia do local. “Um cano da Caema partiu ao meio e uma enorme cachoeira se formou. A empresa nunca resolveu o problema. Já a prefeitura asfaltou a rua e disse que daria um jeito no buraco, mas nada fez. A Defesa Civil veio aqui há um mês e interditou minha casa, afirmando que eu ia ser procurada pela assistência social do município, mas até agora ninguém apareceu”, disse Maria Raimunda.
A comerciante Patrícia de Carvalho, 24 anos, moradora do local há 12 anos, disse que o bairro sofre com os sérios problemas de infraestrutura, e relatou que apesar de as ruas estarem sendo asfaltadas, a população ainda carece de água e saneamento básico.
Patrícia frisou que a coleta de lixo também estava irregular, porém há algumas semanas o serviço foi normalizado e o caminhão da prefeitura já passa fazendo a coleta. “Na Quadra 66, o caminhão passa dia sim, dia não. Mas a água e o esgoto são problemas crônicos. Me juntei a alguns vizinhos e gastamos cerca de R$ 400 para fazer uma vala, a fim de escoar o esgoto, que corria a céu aberto. Quanto à falta d’água, não tem jeito. Por isso, quem pode manda cavar um poço ou compra água. Teve um período que ficamos dois meses sem água, mas a Caema veio e resolveu momentaneamente o problema. Passaram uns poucos dias e, segundo a Caema, a bomba quebrou. Ficamos mais de dois meses sem água novamente, e só recentemente a bomba foi consertada, mas a água vem fraca e em dias alternados”, relatou Patrícia.
A moradora afirmou ainda que um dos poucos benefícios que o bairro tem recebido, como a pavimentação das ruas, vez ou outra é prejudicado pelos serviços da Caema. Ela contou que no último dia 10, uma imensa cratera foi aberta no asfalto da rua 21, pela empresa CBM, que presta serviços à Companhia de Saneamento, para fazer uma encanação beneficiando um lava-jato de propriedade particular.
“A Caema nunca deu autorização para fazer a ligação do lava-jato, mas foi só a prefeitura resolver asfaltar e a liberação foi dada. Isso revoltou os moradores, que chamaram a Blitz Urbana. O material utilizado na intervenção, bem como um veículo da terceirizada do governo do Estado, foram apreendidos, e graças a Deus o buracão já foi fechado”, revelou Patrícia.
As avenidas Principal e Tibiri, do São Raimundo, também estão tomadas por lixo e esgoto. Revoltada uma comerciante que não quis se identificar disse à reportagem do Jornal Pequeno que já cansou de dar entrevistas e de ver a imprensa no local, retratando os problemas do bairro.
“Isso aqui não vai mudar nunca. A Caema jamais nos foi útil e nem vai ser agora. O esgoto corre a céu aberto na porta do meu restaurante. O mau cheiro e a presença de mosquitos incomodam os clientes, que acabam se afastando do lugar”, afirmou a comerciante.
Outro lado – A Caema foi questionada pelo JP, por e-mail, sobre os problemas que afligem os moradores do São Raimundo, mas não deu resposta.

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