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sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Polícia vê indícios de ligação de delegado da PF com agiotagem

Delegada-geral estuda a possibilidade de convocar o delegado Pedro Meireles, da Polícia Federal, para novo depoimento.

SÃO LUÍS A delegada-geral da Polícia Civil do Maranhão, Cristina Meneses, não descartou a possibilidade de o delegado da Polícia Federal, Pedro Meireles, ser chamado pela comissão de delegados que investiga os crimes de agiotagem no Maranhão para depor.
Segundo ela, a polícia tem índicos que mostram uma possível ligação entre o policial federal e a quadrilha de agiotas encabeçada pelos empresários Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos, e seu pai, José de Alencar Miranda Carvalho, de 72 anos. Os dois foram presos no dia 13 de junho, durante a “Operação Detonando”, por envolvimento na morte do jornalista Décio Sá.
"Há indícios da participação dele na quadrilha. Se houver necessidade, ele pode ser chamado", disse a delegada. Ainda segundo Cristina Meneses, a comissão responsável por elucidar os crimes de agiotagem no estado, formada pelos delegados Maymone Barros, Roberto Larrat, Roberto Wagner e Breno Araújo, também utilizará as informações dadas por Meireles na manhã de quarta-feira, 1°, durante um depoimento prestado por ele na Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) para dar continuidade às investigações sobre a agiotagem no Maranhão.
Depoimento
Por causa do sigilo decretado pelo secretário de Segurança Pública do Maranhão (SSP), Aluísio Mendes, a respeito das investigações sobre a morte do blogueiro e jornalista de O Estado, Décio Sá, assassinado no dia 23 de abril em um bar, na Avenida Litorânea, em São Luís, e os crimes de agiotagem, a delegada-geral de Polícia Civil não revelou detalhes sobre o depoimento do delegado federal.
Segundo Cristina Meneses, Pedro Meireles, durante o depoimento, confirmou que tem um vínculo de amizade com Gláucio Alencar, suspeito de ser um dos mandantes do assassinato do jornalista. "No entanto, isso não implica dizer que ele tenha relações com a morte de Décio Sá", enfatizou Meneses.
A delegada acredita ainda que a morte de Sá e os crimes de agiotagem serão completamente elucidados "O que nós já temos de documentos pressupõe que as nossas investigações terão um fim muito bom", frisou a delegada.
Agiotagem
No início do mês de julho, a delegada Cristina Meneses baixou portaria criando uma comissão de delegados para investigar especificamente os crimes de agiotagem no Maranhão. Dessa forma, a SSP está intensificando as investigações sobre a existência de crimes de agiotagem no estado.
O esquema, descoberto com a apuração do assassinato do jornalista Décio Sá, pode envolver prefeituras, com base na análise preliminar dos documentos, cheques e notas de empenho apreendidos em poder de dois dos principais envolvidos no crime, os empresários Gláucio Alencar, do ramo de merenda escolar, conveniado a várias prefeituras, e o pai dele, José de Alencar Miranda, de 72 anos, suspeitos de serem os dois principais mandantes do assassinato.
O delegado da Polícia Federal Pedro Meireles ficou conhecido em todo o Estado pela sua forte atuação no combate ao crime organizado em diversas prefeituras maranhenses envolvidas com o desvio de verbas públicas, durante as operações Rapina I e II, deflagradas em 2008. Na quarta-feira, ele prestou depoimento na Seic, uma vez que foi citado no depoimento do agiota Gláucio Alencar Pontes Carvalho, de 34 anos. No depoimento, o agiota disse que o policial federal teria enviado uma mensagem o informando sobre a morte de Décio Sá. Acompanhado do corregedor da Polícia Federal, Alexandre Macedo da Silva, o delegado da PF chegou à sede da Seic para depor por volta das 9h30. O depoimento se estendeu por aproximadamente três horas e, assim que Meireles saiu da superintendência, ele se recusou a falar com a imprensa.

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