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sábado, 7 de janeiro de 2012

Cimi denuncia morte de índio isolado de 8 anos por madeireiros no MA

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) do Maranhão denunciou a morte de uma criança de 8 anos, que teria sido queimada por madeireiros na reserva indígena Araribóia, no ano passado. A criança pertence a um grupo de índios isolados Awá-Guajá, que vive em uma área de 400 mil hectares de vegetação preservada. O Cimi informou que não é possível estimar quantos índios em isolamento vivem no local. Em toda a reserva, são cerca de 15 mil indígenas de várias etnias.
Foto:Divulgação/Navarro/Cimi
Carvoaria em região onde vivem mais de 15 mil índios no Maranhão
De acordo com Rosa Diniz, coordenadora do Cimi, em São Luís, o caso teria ocorrido em data a ser confirmada ainda. "Recebemos o informe desta morte durante o nosso recesso. O crime, segundo dados preliminares, teria ocorrido em novembro do ano passado. Estamos coletando mais informações para pedir ajuda da Polícia Federal para apurar o caso. Segundo as informações que temos, a criança teria sido queimada por madeireiros que estão atuando ilegalmente na reserva indígena."
Segundo ela, um comunicado feito pelo conselho, em novembro do ano passado, já mostrava o crescimento da exploração ilegal de madeira na reserva indígena. "Fizemos essa divulgação sem sabermos da morte desse índio isolado. Nada foi feito desde então na região."
A reserva indígena Araribóia passa pelas cidades de Bom Jesus das Selvas, Santa Luzia, Amarante, Arame e Buriticupu. "É difícil localizar os índios isolados. Eles são nômades e falam um outro idioma. Não temos contato com eles. Isso dificulta o trabalho para termos mais detalhes sobre o ocorrido, sobre como foi a morte da criança indígena", disse Luiz Carlos Guajajara, liderança indígena que vive na aldeia Zutiwa, em Arame (MA).
De acordo com ele, a Fundação Nacional do Índio (Funai) foi avisada sobre a morte do índio isolado. "Soubemos do caso quando prestávamos socorro a outros índios. No caminho para o atendimento médico, eles nos relataram a morte. Teria sido entre outubro e novembro, não temos certeza. Como disse, é muito difícil encontrar os índios isolados. Agora, depois dessa violência, eles devem ter corrido para áreas mais afastadas", disse Luiz Carlos.
Os índios que vivem na região relataram que há vários pontos de clareias com vegetação queimada e acampamentos destruídos, o que poderia indicar a presença de madeireiros na reserva indígena.

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