O
grupo, composto por um maranhense, dois mato-grossenses, um paranaense e
um paulista, teria ramificações, de acordo com a polícia, nos Estados
do Maranhão, Pará, Piauí, Goiás e Mato Grosso. A droga saiu da cidade de
São José de Quatro Marcos, em Mato Grosso. O início da operação
aconteceu após dois meses de investigações.
Estiveram
presentes, ainda, na coletiva: a delegada-geral de Polícia Civil, Maria
Cristina Resende; o subdelegado-geral Marcos Afonso Júnior; e o
superintendente de Polícia Civil do Interior, Jair Lima de Paiva.
“Com
esta prisão, estamos dando um choque no tráfico de drogas aqui no
Maranhão. Além de desbaratar esta organização criminosa que estava se
instalando aqui no Maranhão, estamos impedindo que aconteçam vários
homicídios. A quantidade de droga apreendida era suficiente para
abastecer, durante cinco meses, as bocas de fumo da Região
Metropolitana”, explicou Laércio Costa.
De
acordo com o secretário-adjunto da SSP, a pasta base iria ser
manipulada e transformada em crack. Segundo ele, 1 quilo do
entorpecente, depois de pulverizado, não é vendido nas bocas de fumo por
um valor menor que R$ 10 mil. “Calculando a quantidade e o valor que é
vendido temos noção do montante e do valor que seria arrecadado, de
forma ilícita, e iria abastecer, não só a ganância dos traficantes como
também todo um mecanismo criminoso do tráfico”, completou.
Durante
a ação, que teve o apoio dos delegados José Nilton Sousa e Carlos César
Veloso, ambos da SPCI, foram presos, Terezinha de Jesus Oliveira Mandu,
47 anos, apontada como uma das líderes do grupo. Segundo a polícia, ela
teria assumido o comando do tráfico após a morte de um de seus filhos
na cidade de Maracaçumé. Era ela quem escolhia as “mulas do tráfico”,
como são conhecidas as pessoas que fazem o transporte da droga.
Nas
investigações, a polícia descobriu que os três salões de beleza dos
quais ela era proprietária, sendo um no Maranhão e dois no Pará, além de
outros dois estabelecimentos comerciais (em Santa Helena, no Maranhão, e
no Pará), serviam para esconder a venda das drogas. Além dela, estão
detidos, Eliseu Viera de Lima, 47 anos, natural de Portos dos Gaúchos
(MT); Rosildo Ferreira, conhecido como “Roni”, natural de Ouro Verde do
Oeste (Paraná), 37 anos, que já havia sido condenado há 12 anos e 10
meses e tinha fugido do presídio em Teresina, Piauí, e foi detido no ano
passado; Kleuton Barbosa da Costa, 27 anos, de Buriti (MA), com quem
“Terezinha” mantinha um relacionamento amoroso; e Alexandre Rubens
Barbosa Marques, conhecido como “Piriquito”, natural de Aparecida do
Oeste (São Paulo).
A
delegada-geral afirmou que os trabalhos de combate ao trafico de drogas
vão continuar. “Vamos estar sempre combatendo o tráfico de drogas no
Maranhão. As investigações vão continuar e pretendemos, também, chegar a
todos os outros envolvidos. A partir de agora, vamos trocar informações
com outros Estados e descobrir as ramificações do grupo”, ressaltou.
Logística
Para
que as prisões tivessem êxito, a SPCI monitorou a movimentação da
quadrilha e com o apoio do Ministério Público e do juiz da comarca de
Maracaçumé deram inicio ao levantamento de informações. O
superintendente de Polícia Civil do Interior disse que as investigações
começaram na cidade de Maracaçumé, onde, durante a investigação de um
homicídio ocorrido em fevereiro do ano passado de um dos chefes do
tráfico conhecido como “Cleutinho”, foi descoberto todo o esquema do
trafico. Ele dominava, segundo o delegado, o tráfico nas cidades de
Maracaçumé, Governador Nunes Freires e estava se expandido ao Estado do
Pará.
“Investigando o
homicídio, chegamos ao tamanho dos negócios criminosos do Cleutinho.
Descobrimos que ele, na época em que foi morto, estava juntando R$ 1
milhão para gastar na campanha, uma vez que ele queria ser candidato a
vereador na cidade. E com a morte do filho, a Terezinha assumiu o
comando do tráfico. E decidiu morar em São Luís com o restante da
família e, daqui, manipular o trafico de drogas”, contou o
superintendente da SPCI.
O
carregamento foi recebido no Terminal Rodoviário de São Luís, local
marcado para que o motorista da caminhonete seguisse em direção à
residência da chefe do tráfico. Eles foram abordados no momento em que
se deslocavam. A outra parte da quadrilha, que permaneceu em São Luís,
segundo as investigações, tinha como função arrecadar recursos para
custear os gastos e o frete do entorpecente. “Em uma das movimentações,
conseguimos descobrir que, em uma remessa, foram quase R$ 250 mil reais
enviados a Mato Grosso”, disse o superintendente.
Apreensão
O
entorpecente apreendido, divididos em 46 tabletes, foi avaliado em R$
850 mil reais. Cinco veículos, sendo um Pálio preto, placa NNG-9975; um
i30 Hunday; um Renault Clio, cor prata com placa NHA 4305 do Pará; um
Ford F4000 branca, placa KHM 8613; uma caminhonete Strada, sem placa,
também, foram apreendidos pelas equipes policiais. Com o grupo, a
polícia encontrou R$ 7.541, 26 celulares, além de chips, pen drives
e várias porta-cédulas, cartões de crédito e diversos comprovantes
bancários que constatam a movimentação dos traficantes. Os suspeitos
ficarão detidos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, onde
permanecerão à disposição da Justiça.