Retrato falado do autor do duplo homicídio foi feito por peritos do Icrim e divulgado à imprensa.
SÃO LUÍS - O delegado Roberto Wagner, lotado no 12º Distrito Policial, disse já ter ouvido três testemunhas do assassinato de dois irmãos, natural da Bahia, José Mauro Alves de Queiroz, de 57 anos, e José de Queiroz Filho, de 68 anos, sócios da recicladora de óleo Replub Comércio e Indústria de Derivados de Petróleo, localizada no km 10 da BR-135, bairro Rio Grande (área do Maracanã).
A dupla foi executada no início da tarde desta quarta-feira (11). dentro do escritório da empresa. Segundo informações da Polícia Civil, o duplo homicídio tem características de encomenda, pois o autor do crime perguntou o nome de uma das vítimas antes de atirar na cabeça de cada uma delas. Foram ouvidos o vigia, sobrinho dos empresários, Márcio Ney e sócio da empresa, identificado como Sérgio.
Segundo a Polícia, o autor do duplo homicídio tinha como alvo José de Queiroz Filho, pois segundo o vigia e Sérgio, ele chegou perguntando pelo empresário. De acordo com o que foi relatado ao delegado Roberto Wagner, o matador teria chagado à empresa, por volta das 14h, em uma moto Honda Bros preta (placa não anotada), chamou o porteiro da firma e pediu para falar com um dos quatro sócios da recicladora, identificado apenas como Sérgio. Este teria ido até o portão principal e conversado com o assassino, que se disse interessado em comprar óleo para a "Cerâmica Coqueiro".
Depois de falar sobre a suposta compra, empunhar um revólver, render o porteiro e o sócio, e obrigá-los a levá-lo até o escritório da empresa, o homem, já diante das vítimas, perguntou qual dos dois irmãos era a pessoa que procurava e um deles respondeu: "Ele não está aqui". Não satisfeito, o assassino atirou na cabeça de José Mauro, o irmão mais novo, que caiu sentado em uma cadeira", disseram os depoentes.
Após matar a primeira vítima, o assassino teria resolvido abrir uma das gavetas do escritório, onde encontrou um documento com a foto de José de
Queiroz Filho. Ao identificar o alvo pela fotografia, o criminoso apontou a arma em sua direção e atirou duas vezes, também na cabeça. Após efetuar os disparos, o assassino deixou o escritório e fugiu no mesmo veículo, tomando rumo ignorado. Existem boatos que antes de cometer o crime, o assassino teria pedido as carteiras de identidades das vítimas. A versão foi descartada pelo delegado Roberto Wagner
Retrato Falado
O delegado informou, ainda, que o retrato falado do assassino foi feito por peritos do Icrim baseado com o relato das testemunhas e divulgado à imprensa. Trata-se de um homem jovem, de aproximadamente 30 anos, alto, magro, de pele branca, e trajava calça jeans azul e jaqueta preta. O que chama atenção da Polícia é que ele não escondeu o rosto ao cometer o duplo assassinato.
Complexidade
Além do delegado Roberto Wagner, o caso está sendo investigado pelos delegados Maymone Barros e Jeffrey Furtado, ambos da Delegacia de Homicídios, que trabalham em um crime cheio de complexidade, pois existem várias linhas de investigações.
Uma delas seria a de que os sócios da Replub teriam ganho na Justiça o direito à reintegração de posse de um terreno, também localizado na Vila
Industrial, avaliado em mais de R$ 1 milhão. A disputa judicial teria sido travada com um grupo de empresários, oriundo do estado da Bahia, onde as vítimas teriam nascido. Insatisfeito com a perda da causa, o grupo baiano teria encomendado a morte dos irmãos.
Quem souber do paradeiro do homem que matou os dois empresários entrar em contato com o disque-denúncia pelos telefones: (98) 3223-5800 (São Luís) e 03003135800 (interior do Estado).