Em discurso proferido da tribuna da Assembleia Legislativa do Maranhão, na manhã de hoje (26), o deputado Raimundo Cutrim (PSD) atacou duramente o secretário de Segurança Pública, Aluísio Mendes. “É um moleque travestido de secretário. Não tem condições de ser nem faxineiro, quanto mais secretário”, afirmou Cutrim num trecho de sua fala.
O deputado foi envolvido na morte do jornalista Décio Sá – ocorrida em abril passado –, num depoimento prestado à polícia por Jhonatan de Sousa Silva, 24 anos, preso sob a acusação de ser o executor de Décio.
Deputado Raimundo Cutrim (DEM)
Raimundo Cutrim é aliado da governadora Roseana Sarney (PMDB), de quem foi secretário de Segurança Pública por quase seis anos (de julho de 1997 a abril de 2002, e de abril de 2009 a março de 2010). Desde que assumiu, substituindo Cutrim, o atual ocupante do cargo, Aluísio Mendes, tem sido alvo de constantes críticas do parlamentar na Assembleia Legislativa do estado.
Segundo afirmou hoje o deputado Raimundo Cutrim, o depoimento do assassino confesso foi “montado” pelo secretário Aluísio Mendes.
“[Jhonatan de Souza] é um papagaio ensaiado. Foi tão mal ensaiado que falou bobagens”, disse o deputado.
Expressando revolta, o parlamentar chegou a proferir por seis vezes a palavra “porra”.
“Não aceito o que esse moleque travestido de secretário quer fazer comigo. É uma falta de respeito o que estão querendo fazer comigo”, discursou Cutrim, que ainda afirmou que se tivesse algo pessoal contra Décio Sá, resolveria pessoalmente e não mandaria ninguém fazer isso por ele.
“Não tinha nada contra o Décio, e mesmo que tivesse eu resolveria com ele, na porrada, na bala, como fosse, mas não sou homem de mandar fazer, isso é coisa de covarde”, declarou.
“Ninguém queira passar pelo que estou passando. Tenho uma vida limpa, de policial honesto e, de repente, da noite para o dia, vejo pessoas me olhando de maneira estranha e desconfiada. Isso é terrível para um delegado da polícia federal”, afirmou Cutrim.
O parlamentar também exibiu, na tribuna da AL, cópias de um ofício encaminhado, na sexta-feira (22), à comissão de delegados que investiga a morte de Décio Sá, colocando-se à disposição para depor.
“Abro mão até das prerrogativas constitucionais de deputado para ser ouvido”, declarou Cutrim.