Há um ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cancelou mais de 54 mil títulos eleitorais no Maranhão, de eleitores que não votaram nas eleições de 2006, 2008 e 2010. Só em São Luís foram mais de 13 mil títulos cancelados. Segundo Juliano Cassas, coordenador da Central de Atendimento do TRE-MA, na capital maranhense, os serviços mais procurados têm sido a inscrição eleitoral e a transferência de domicílio. Ele relatou que somente na terça-feira (8), aproximadamente 2 mil eleitores passaram pelo órgão.
Foto: G. Ferreira
Havia muita gente ontem, dentro e fora dos cartórios eleitorais
“Temos certeza de que, pelo fato de hoje ser o último dia, esse número vai facilmente ser ultrapassado. Na terça-feira o atendimento foi até 20h, quando deveria ter sido encerrado às 19h”, disse Juliano Cassas.Ontem, em São Luís, havia 30 balcões de atendimento na parte inferior do prédio do TRE e mais 10 na parte superior, para atendimento preferencial.
Para garantir o acesso aos serviços a todos os eleitores, o TRE funcionou em regime de plantão. As senhas foram distribuídas até as 19h, e os cadastros foram feitos até as 23h59.
O nosso maior problema verificado entre os eleitores foi a desinformação, pois muita gente não sabia quais os documentos necessários para sua solicitação e isso gerou demora nos procedimentos.
Última hora – A gerente comercial Adriana Ribeiro, 27 anos, disse que, devido à correria no trabalho, acabou deixando a transferência do título eleitoral para a última hora. Ela contou que apesar de ter saído de casa por volta de 6h30, não conseguiu ser uma das primeiras da fila, que já era extensa quando chegou.
A eleitora explicou que é natural do município de São Domingos do Maranhão, mas que já reside na capital há muitos anos, e por isso decidiu mudar o domicílio eleitoral para São Luís, evitando o tumulto de viajar durante as eleições.
A estudante Katiane Costa, 17, informou que veio requerer junto ao TRE-MA a inscrição eleitoral, uma vez que deseja exercer sua cidadania nas próximas eleições. “Apesar do tumulto, do calor e do sol forte, não vou reclamar; afinal, somos os culpados por isso, por deixarmos tudo para última hora. Mas vou ficar até o final, pois quero ajudar a escolher os gestores da minha cidade”, disse ela.
Paço do Lumiar – No município de Paço do Lumiar, houve confusão, devido à demora no atendimento. A juíza da 93ª zona eleitoral, Rafaela Saif, informou que, devido ao intenso fluxo de pessoas dos municípios de Raposa e Paço do Lumiar, e da utilização do sistema de identificação biométrica, o atendimento se torna mais demorado, ocasionando filas.
Ela explicou que o serviço mais procurado foi o de regularização do título, oferecido para quem não votou em eleições anteriores. “A biometria passa por várias etapas, colheita da impressão digital, registro fotográfico, entre outras. Por isso, o atendimento é mais demorado”, disse a juíza.
Entre 400 e 500 pessoas foram atendidas nos últimos dias na zona eleitoral de Paço do Lumiar. O atendimento ontem seria feito até a meia-noite.
Sem atendimento preferencial – O tumulto na porta do Fórum Desembargador João Miranda Sobrinho deixou várias pessoas que por lei deveriam ter atendimento prioritário na fila de espera.
A dona de casa Leidiane da Silva Ramos, 17 anos, contou que ficou mais de três horas na fila com o filho de apenas cinco meses no colo.
A jovem, que aguardava do lado de fora do Fórum para realizar pela primeira vez a inscrição eleitoral, precisou a amamentar o bebê nos braços e em pé.
O aposentado Carlos Ribeiro, 67, também deveria ter atendimento preferencial. Porém, estava em pé há mais de duas horas sem conseguir ter acesso ao interior do cartório.
“Preciso da segunda via do meu título, mas por mais que eu peça para entrar e sentar os guardas não deixam. Na realidade, aqui não há filas, pois foi criado um ‘bolo’ aí na porta que não termina nunca e eu vou ficando para trás”, explicou o aposentado